para a malta que anda distraída, como eu andava, aqui fica a dica: o jens tem uma nova música e está a enviá-la gratuitamente por mail. para a receberem basta seguir este link para o blogue da secretly canadian, clicar em "download", escrever o vosso mail e clicar em "submit". e a música é bem gira. chama-se "the end of the world is bigger than love" e nem sei por que é que ainda estão a ler este post; é ir já lá!
o levante unión deportiva é um histórico clube valenciano; é, aliás, mais antigo que o mais famoso valencia cf. no ano em que estive em valência, o levante jogava a primeira época, em muitos anos, de regresso à primeira liga. por isso, por ser ultra de clubes não-grandes, e porque o estádio era perto de minha casa, adoptei-o como meu clube do coração em espanha.
no estádi ciutat de valència vi um dos melhores jogos da minha vida, um derby entre levante e valência que terminou com a vitória dos da casa por 4-2. três expulsões, dois penalties e a vitória dos da casa. festa como poucas a dos levantinistas e eu com orgulho por me sentir também da casa.
este ano, que marca novo regresso à liga principal, o levante lançou uma forte campanha publicitária para venda de lugares anuais. uma campanha exemplar a todos os níveis, especialmente para os clubes não-grandes. porque às vezes parece que o planeamento publicitário é feito por adeptos de outros clubes, a mensagem acaba por não passar para os adeptos do clube.
esta, por outro lado, é pensada e desenhada por alguém que sabe o que é isso de não torcer por um clube grande, de ser adepto das vitórias, de ir buscar o cachecol à gaveta quando o clube ganha títulos. nós, os adeptos de clubes não-grandes, "levamos a vida de outra maneira". e temos orgulho disso.
o tour ainda não acabou, mas o final da etapa de hoje com a subida ao tourmalet era a última grande oportunidade de schleck recuperar a amarela e conquistar margem suficiente para gerir no contra-relógio, especialidade de contador e calcanhar de aquiles de andy. maldita corrente, de facto, que os oito segundos de atraso de hoje, poderiam ser trinta e um de vantagem. aguardemos pelo contra-relógio, mas a subida de hoje deixou a certeza: temos tours para os próximos anos.
Desde o High Violet dos The National que ainda não tinha ouvido nenhum álbum novo em loop. Aconteceu agora, com o novo da pareja Isobel Campbell e Mark Lanegan. E fogo, que música bonita, a que abre o novo álbum. Ora ouçam lá:
Isobel Campbell and Mark Lanegan - We Die and See Beauty Reign
O Miguel aconselhou-me o documentário War Photographer, sobre o fotógrafo de guerra Jim Nachtwey. Disse-me que talvez me interessasse e, agora que o vi, tenho a certeza que foi um conselho bastante acertado.
Lembro-me de ser miúdo e, impressionado pela cobertura da Guerra do Golfo, imaginar-me repórter de guerra. Recordei isso nas palavras de Christiane Amanpour e Jim Nachtwey: a vontade de mostrar a guerra tal como ela é, sempre diferente do que nos contam sobre ela.
E bem, aproveito a sugestão do Miguel e reencaminho para todos vós que possam ter interesse. O documentário é muito bom e trata não só a guerra e a pobreza em vários cantos do globo, como serve também como interessante aula de fotografia.
Já agora, o site do senhor Jim Nachtwey, onde estão grande parte das fotografias que aparecem no documentário: a consultar aqui.
O Público noticia hoje um relatório Experian Hitwise que afirma uma queda de 58% nas visitas ao site do The Times desde que este começou a cobrar o acesso aos conteúdos. E isto em apenas um mês.
A estratégia despertou interesse de orgãos de comunicação de todo o mundo, mas o resultado é contrário às expectativas dos que esperavam que esta seria uma boa forma de financiamento dos jornais para compensar as quedas nas receitas provenientes da publicidade e das vendas das edições impressas.
Entretanto, a web semântica, e apesar de o conceito ter surgido já em 2001, parece tardar a impôr-se à web 2.0. Isto porque, apesar de já terem sido várias vezes notícia estudos que apontam como mais rentável a publicidade direccionada e respeitadora do utilizador do que a publicidade intrusiva e de pop-up, sites como o do próprio Público, continuam a apostar na segunda; na página desta notícia, por exemplo um anúncio a um banco expande-se e cobre o texto.
Finalmente, e ao contrário do que parece ser ideia generalizada, os utilizadores da internet não pretendem que tudo seja gratuito, antes que o que pagam tenha qualidade superior ao que se encontra de forma gratuita e isso não acontece frequentemente.
Aliás, a tendência é a contrária: os jornais estão cada vez mais iguais, mais fracos e menos interessantes e a compra dos jornais em edição papel vai sendo cada vez mais militante e menos por convicção.
Andy Schleck pode ter perdido hoje a oportunidade de vencer o Tour de France pela primeira vez. Não por culpa própria, não porque os adversários foram melhores, mas por uma falha mecânica na bicicleta e por uma completa falta de carácter dos principais adversários.
Depois de um ataque que deixou os adversários directos colados ao chão, Andy Schleck ganhou espaço precioso e, mesmo com o peso de Vinokourov na sua roda, poderia ter ganho alguns segundos importantes, especialmente a Contador.
O problema foi que, logo a seguir ao ataque, a corrente da bicicleta saltou e Andy Schleck teve de parar e trocar de bicicleta. Nos entretantos, Contador, Sanchez e Menchov (segundo, terceiro e quarto da geral) ultrapassaram o camisola amarela e ganharam uma vantagem de trinta e nove segundos no final da etapa, o suficiente para Contador roubar a amarela.
E o "roubar" que escrevo não é nada inocente, é sim um lamento pelo facto de o Tour que estava a ser um dos mais emocionantes dos últimos anos seja decidido não pela capacidade dos ciclistas, mas por um azar e pela falta de fair play.
Uns dizem que apesar da falta de carácter Contador é um grande campeão, eu fico triste em constatar que o tempo dos que para mim são os grandes campeões do ciclismo terminou nas lutas entre Armstrong e Ulrich - o primeiro esperou pelo segundo em 2001, o segundo pelo primeiro em 2003.
há já muito tempo que queria ver este mary e max, há tanto que já nem me lembro de quando vi o trailer pela primeira vez.
o argumento é tão simples quanto a história improvável, mas o filme começa com um "baseado numa história verídica" que nos assombra ao longo do filme. de tão incrível ou trágica ou inusitada ou ou ou, aquela frase morde-nos o estômago aos bocadinhos.
mas adiante, porque não vos quero estragar o filme todo. mary and max é a história de uma miúda australiana e um adulto americano que, quase por acidente, se tornam correspondentes. ela por sofrer de insegurança crónica, ele por sofrer de síndrome de asperger, encontram um no outro o único amigo. de resto, não há muito a dizer, porque este é um daqueles filmes que secam as palavras. e, por isso mesmo, não percam mais tempo a ler isto e corram para vê-lo.
já agora, duas das minhas falas preferidas:
"Not much has happened since I last wrote except for my manslaughter charges, lotto win and Ivy's death."
"I have also invented some new words. "Confuzzled", which is being confused and puzzled at the same time, "snirt", which is a cross between snow and dirt, and "smushables", which are squashed groceries you find at the bottom of the bag. I have sent a letter to the Oxford Dictionary people asking them to include my words but I have not heard back. "
O Forgotten Bookmarks é um blogue de um alfarrabista que colecciona os marcadores de livros mais improváveis ou originais; sejam fotografias como esta, postais, receitas ou cartas manuscritas e dactilografadas - até notas de $100!
Mais do que a curiosidade, a importância e o interesse que estes marcadores inusitados podem ter num trabalho de investigação em memória social.
E já agora, dentro do género, deixo-vos a indicação de um outro blogue, também bastante interessante, o Postais Ilustrados; este, mantido por cientistas sociais da Universidade do Minho.
descobri há pouco que a st. vincent fez um cover da mistaken for strangers, a minha música preferida dos the national. a qualidade não é a melhor, até porque foi gravada ao vivo, mas como eu gostei muito decidi partilhar convosco.
e vá, como sou vosso amigo, até vos mostro também o soundcheck de um concerto em lyon em que ela canta com ele; st. vincent e matt berninger com qualidade de som ranhosa, mas ainda assim toneladas de corações e pulinhos indie.
já agora, morram todos os que vão ver the national no super bock super rock, morram! pim!
st. vincent - mistaken for strangers (live at allen room, nova iorque)
st. vincent e matt berninger - mistaken for strangers (soundcheck de um concerto em lyon)
Depois da medalha de prata em Atenas, uma vitória numa etapa do Tour. Sérgio Paulinho é o primeiro ciclista português a vencer uma etapa do Tour a France em mais de vinte anos. Parabéns, claro!
a mbari disponibilizou, para download gratuito, o novo do b fachada e eu, que às vezes me sinto um bocado só no não gostar, saquei-o e ouvi-o em cinco minutos.
mas anda tudo bêbedo ou quê? eu, que só estive exposto ao álbum por cinco minutos fiquei logo com uma dor de cabeça do caraças. aquilo está tão mal gravadinho que, ainda que a música prestasse para alguma coisa, não dava para o perceber.
desculpem lá, mas isto de disponibilizar álbuns é muito bonito e até agradeço. agora neste caso trata-se de verdadeira irresponsabilidade social. quero ver quem é que oferece as aspirinas, agora.
andy schleck acaba de vencer a primeira etapa a doer do tour, depois de uma fuga a menos de um quilómetro da meta, e alberto contador não teve pernas para segui-lo. é continuar assim, andy, este é o teu ano!
anda toda a gente eufórica com os poderes adivinhatórios do polvo alemão paul. a tal ponto que a holanda, antes favorita das casas de apostas para a vitória final, deixou de o ser após a previsão do paul, que diz que espanha é que será a campeã. isto tudo porque paul terá adivinhado todos os jogos da alemanha, incluindo as derrotas com a sérvia e espanha e a vitória de ontem.
durante o comentário do jogo de atribuição do segundo e terceiro lugar, antónio tadeia (conhecido pelo seu prolífico trabalho na área do comportamento animal e, menos um bocado, pelo trabalho como comentador de futebol), afirmou que a explicação para o poder adivinhatório de paul estava no facto de ele preferir as bandeiras com riscas horizontais.
é uma explicação plausível. de facto, o paul escolheu sempre equipas com bandeiras às riscas horizontais. antónio tadeia esqueceu-se, porém, de explicar a razão que levou paul a não escolher a alemanha nos jogos contra a sérvia e espanha. certo, são duas equipas com bandeiras horizontais, mas qual foi o critério do paul nesse caso? e se é possível explicar isso, porque razão escolheu paul a alemanha em detrimento do gana, da argentina e do uruguai - todos eles com bandeiras com riscas horizontais.
é o comentarismo especializado no encher de chouriços que temos. podia ser pior.
há dias em que não apetece escolher música porque temos a sensação de que, apesar de termos uma montanha dela à disposição, acabamos por escolher sempre as mesmas coisas. atente à prepotência que é generalização de uma coisa que me acontece frequentemente e siga como se não se tivesse incomodado.
pois bem, num verão quente e à falta de um exame - para fazer amanhã -, os dias parecem o derreter do tempo pintado pelo dalí. e aqui, entre o não saber - nem querer - que fazer e o que ouvir, o gunther disse-me que vai casar-se no próximo ano. pelo egoísmo que já me é habitual, as boas notícias, depois dos parabéns, soaram a janela de oportunidade.
lembrei-me da rádio que ouvimos no carro dele quando fui à bélgica, a studio brussel, e tenho estado a ouvi-la nas últimas horas. há algo de reconfortante no não entender e, entre alguma boa música, uma salganhada de palavras em flamengo.
o ciclismo tem perdido o interesse nos últimos anos, seja pelos sucessivos escândalos de doping, seja pelo aborrecimento em que o tour se tornou nos últimos anos; os dois factores cruzam-se e entrecruzam-se todos os anos e o tour, que continua a ser um dos maiores espectáculos desportivos mundiais, tem visto a sua popularidade cair em flecha. o do ano passado, então, chegou a aborrecer de morte e o que o salvou nem foi o desporto, mas as fofoquices e intrigas à volta da liderança partilhada da astana entre armstrong e contador.
porque o traçado do ano passado foi bastante criticado por prever poucos pontos de dificuldade extrema - e, consequentemente, de discussão pela geral -, a organização decidiu incluir na primeira semana, que é tradicionalmente reservada a etapas planas e de discussão ao sprint, alguns troços de pavé, característicos das clássicas de primavera. o pavé é similar ao nosso paralelo, mas existem diferentes tipos de pavé e estão, na maior parte das vezes, em muito mau estado. já se sabe, portanto, que com bicicletas de estrada a probabilidade de joelhos, cotovelos, e até caras, em sangue aumenta exponencialmente.
resultado: quedas e mais quedas; a maior parte do pelotão corre já, pelo menos um bocadinho, esmurrado; diferenças de tempo consideráveis entre os candidatos à vitória na geral; desistência de vários corredores, entre os quais um dos favoritos (embora menos favorito que o irmão) frank shleck. tudo isto em três dias de prova, apenas, tendo o primeiro sido um prólogo curto.
por tudo isso, era já expectável que aparecessem críticas de todo o lado: "porque este traçado é uma vergonha", "porque com as quedas os ciclistas já não vão correr como correriam", "porque põe em causa a integridade física dos ciclistas", "porque o pavé é mais btt que ciclismo de estrada"; admito que inventei a maior parte destas citações, mas o importante está no aparecimento de críticas, provavelmente a maior parte delas produzidas pelos que também no ano passado criticavam um traçado completamente diferente do deste ano.
não há traçados ideais e nem são eles os culpados pelo aborrecimento que o ciclismo no geral e o tour em particular mergulharam. são, isso sim, o doping e o que se faz para ludibriar os testes, as equipas multimilionárias e as lutas de egos e a prepotência e o tempo que a uci perde com questões menores.
lamentem-se as quedas e as desistências, sim, mas este ano o tour começa com espectáculo e disputa pela geral desde os primeiros dias. e se não surgirem casos de doping relevantes na edição deste ano, talvez se fale em melhor tour de sempre no final. se não for esse o caso, é só mais um prego no caixão da modalidade.
O Público publicou hoje uma entrevista muito interessante com Don Tapscott, autor de vários trabalhos na área da tecnologia, internet e redes sociais, que é obrigatório ler. Deixo-vos alguns excertos para aguçar o apetite:
"É a geração mais esperta de sempre, é globalizada, tem ferramentas fabulosas. Se não tiver como ganhar a vida, vai começar a questionar o funcionamento da sociedade"
"Estes jovens estão a crescer de forma interactiva, habituados a colaborar e a serem activos"
"O tempo que os jovens passam online não é roubado ao tempo que passam com os amigos, ou em que estão a fazer os trabalhos de casa ou a trabalhar no emprego. É roubado, sobretudo, à televisão. É isso que os dados mostram"
"A minha geração não entende a cultura de colaboração, não entende as novas ferramentas e não entende a nova geração. Os blogues, redes sociais, wikis são o novo sistema operativo das empresas"
se é o morder dos lábios se o ousar dos teus olhos se o semi-sorriso que te nasce do lado direito da boca se o balançar do teu corpo antes de roubar-me um beijo se o não saber se é slow motion ou fast forward o tempo que tardas até aos meus braços se a forma como enrolas o cabelo quando estás aborrecida ou se por descobrires toda a nuca e pescoço quando o fazes se a cor da tua pele, dos teus cabelos ou dos teus olhos se a tua cabeça no meu peito se o teu soprar leve no meu rosto se o teu riso ou a tua gargalhada. não sei, mas gosto.
descobri agora, na página de fãs dos bracarenses um zero amarelo, que a banda esteve na praça da alegria há dez anos, quando ainda lá estava o manuel luís goucha.
foi de certeza um dia diferente na praça de alegria e, às velhinhas confundidas, goucha, perdido numa camisa quatro tamanhos acima, dizia no fim da música "é uma banda de cult...o, é uma banda de culto".
cristina caras lindas, encantada, compara o vocalista ao leonard cohen e pergunta-lhes em directo se não querem tocar também no programa dela.
para quem ainda não conhece a melhor banda bracarense de sempre, aqui está mais uma desculpa para começar a descobrir.