Um salto da janela. Um salto para o chão, ao mesmo tempo que eu desço pelo corrimão. E as miúdas soltam gargalhadas abafadas e envergonhadas. E eu tiro o chapéu e amarroto-o com as mãos, por causa do nervoso miudinho. E tu só sorris, com estilo, como aquele tipo do anúncio de óculos de sol. E elas são três e outro ainda vem lá atrás, a descer as escadas. E ao fim de três minutos sem uma palavra, elas continuam a rir baixinho e acho que a das sardas está a olhar para mim. A loira piscou-te o olho e outro ainda desce as escadas. Olha a da fita que se sentou, já. E o outro que nunca mais chega. E é com um guarda-chuva que lhe puxo os suspensórios e não o deixo descer. E é o lenço bem dobrado que dou à menina da fita, para limpar os olhos e parar de chorar. E é a ela que lhe dou a mão e é a ela a quem sorrio. E tu; já ninguém te vê. Fugiste com as duas, enquanto o outro continua a descer as escadas.
escrito por by joão martinho Email post
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