na praia era o vento a soprar-te para longe de mim e eu a soprar-lhe para ir embora, porque um dia sonhei que o mundo acabava assim: nós e areia branca; o céu azul de verão onde - por entre as estrelas -, o sol e a lua coreografavam jogos de luzes. era o mar, também.
e o mar secava nas ondas e depois era só sal, da cor da areia. corríamos no sal, ao sol, e a lua mandava chover, só para nos embalar nas ondas. o mar voltava a ser mar e nós íamos até ao fundo, ao fundo do mar. lá estavas tu e o nosso primeiro beijo, a nossa primeira manhã e a nossa primeira lua cheia.
mas o sol, com ciúmes, entrava mar adentro e levava-te no coração. eu chorava todas as luas e não parava de olhar para ti até que um dia, de tanto soprar, o vento empurrava a lua contra o sol e o mundo voltava a nascer. éramos nós e o amor e o vento, mas era também o sol e a lua que faziam as pazes e juras de nunca mais se deitarem um sem o outro; nascia outro mundo e eu ainda gostava mais de ti.
escrito por by joão martinho Email post
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