vicky cristina barcelona é um bom filme e até se tornou o meu woody allen preferido, apesar de ter provocado a queda definitiva da scarlett johansson do meu top de meninas bonitas do cinema - não ouvi o álbum dela a cantar tom waits nem pretendo ouvir; não sou dos que gostam de mulheres com voz rouca, prefiro mulheres com voz de mulher. aliás, não há como resistir a uma mulher com voz de mulher, já às mulheres com voz de homem e voz rouca, pronto. mas enfim, não é este o tema deste post, por isso adiante.
muito se especulava acerca de como filmaria woody allen barcelona, depois de ter filmado nova iorque tão bonita e verdadeira (?). no meu ponto de vista, falha redondamente, até porque de barcelona pouco vemos. vemos o aeroporto algumas vezes (esse não-lugar, para os fãs do marc augé), uns bocadinhos do raval e meia dúzia de pontos turísticos relevantes, para além de muitos pedaços incaracterísticos, como esplanadas e restaurantes. o parque guell, por exemplo, surge no filme numa cena que chega a incomodar, de soar tão óbvio que a cena foi filmada lá porque um filme sobre barcelona sem o parque guell não pode ser um filme sobre barcelona.
para além do espaço, as personagens principais de espanhóis, extraordinariamente representadas pelo javier bardem e pela penélope cruz, aparecem como emocionalmente instáveis, excêntricos e até - ou simplesmente, se preferirem - varridos da cabeça. impossível não pensar no etnocentrismo obrigatório aos trabalhos etnográficos, mas como isto é apenas um filme, não há mal nenhum em perpetuar o estereótipo dos sul-europeus.
feitas estas ressalvas e esquecendo que o filme é sobre barcelona, o filme é um bom filme e isso merece ser reconhecido. em primeiro lugar, a já referida enorme prestação dos actores espanhóis, que nos proporcionam as cenas mais deliciosas do filme: as discussões em castelhano - ah, que saudades de espanha!; em segundo lugar, a banda sonora do filme, que deixa a sensação de que seria mesmo perfeita num filme sobre barcelona; em terceiro lugar, o argumento que, apesar de tudo o que já foi dito acima, é uma estória engraçada, interessante e, apesar de extraordinariamente incrível, bastante verosímil; finalmente, a cena que o tornaria o melhor woody allen de sempre ainda que o filme fossem só esses cinco ou dez segundos: o beijo entre a penélope cruz e a scarlett johansson.
muito se especulava acerca de como filmaria woody allen barcelona, depois de ter filmado nova iorque tão bonita e verdadeira (?). no meu ponto de vista, falha redondamente, até porque de barcelona pouco vemos. vemos o aeroporto algumas vezes (esse não-lugar, para os fãs do marc augé), uns bocadinhos do raval e meia dúzia de pontos turísticos relevantes, para além de muitos pedaços incaracterísticos, como esplanadas e restaurantes. o parque guell, por exemplo, surge no filme numa cena que chega a incomodar, de soar tão óbvio que a cena foi filmada lá porque um filme sobre barcelona sem o parque guell não pode ser um filme sobre barcelona.
para além do espaço, as personagens principais de espanhóis, extraordinariamente representadas pelo javier bardem e pela penélope cruz, aparecem como emocionalmente instáveis, excêntricos e até - ou simplesmente, se preferirem - varridos da cabeça. impossível não pensar no etnocentrismo obrigatório aos trabalhos etnográficos, mas como isto é apenas um filme, não há mal nenhum em perpetuar o estereótipo dos sul-europeus.
feitas estas ressalvas e esquecendo que o filme é sobre barcelona, o filme é um bom filme e isso merece ser reconhecido. em primeiro lugar, a já referida enorme prestação dos actores espanhóis, que nos proporcionam as cenas mais deliciosas do filme: as discussões em castelhano - ah, que saudades de espanha!; em segundo lugar, a banda sonora do filme, que deixa a sensação de que seria mesmo perfeita num filme sobre barcelona; em terceiro lugar, o argumento que, apesar de tudo o que já foi dito acima, é uma estória engraçada, interessante e, apesar de extraordinariamente incrível, bastante verosímil; finalmente, a cena que o tornaria o melhor woody allen de sempre ainda que o filme fossem só esses cinco ou dez segundos: o beijo entre a penélope cruz e a scarlett johansson.
escrito por by joão martinho Email post
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