Estória da Carochinha ou Outro Conto Surreal
Conheci a princesa num baile. No último baile do Verão, lá para os lados de além montanhas. A princesa era a mais bela de todo o baile. Pretendentes não lhe faltavam. E eu, muito timidamente, tentava mostrar-lhe que existia. Era de um reino muito, muito distante, disse-me a baronessa Still. Tinha-me apanhado em flagrante, observando os passos delicados da princesa e com um sorriso maroto disse: "Ela é de muito, muito longe, meu filho. Não é para ti, um simples princípe de sapatos rotos. Há muito está prometida aquele copinho de leite, filho do rei Marcelino. Coitada! Mas não é para ti, meu filho, não é para ti". Sorri, como se não tivesse mais nada para dizer. Atravessei o salão para ir comer um pastel de bacalhau. Ao avistar os guardanapos lembrei-me de uma maneira de lhe dizer que a gostava, sem ter de a encarar. Escrevi-lhe um bilhetinho. Romântico mas não lamechas, pelo menos foi o que tentei fazer... Passei disfarçadamente por ela e, sem a olhar, fechei-lhe o guardanapo entre os dedos. Sentei-me no canto oposto ao dela. Olhava-a ansioso - ao lado dela estava o copinho de leite. Comia uma coxinha de frango. Deduzi que no reino dele não existem boas maneiras - no fim, ela olhou para mim e sorriu. Corou também, mas isso só me deu mais ânimo. Caminhei por um dos lados do salão, para não dar nas vistas. Peguei-lhe na mão e convidei-a para fugir. Ela queixou-se do nevoeiro. Eu disse-lhe que o meu cavalo tinha faróis de nevoeiro. Não resultou. Fugiu. Voltou para o salão. Não a segui. Talvez tenha ido para junto do quequezito meia de leite, não sei. Eu? Fui embora, cobardemente, mas fui. Estou à espera que ela me envie o seu mensageiro, quiçá, para dizer que me ama. Esperemos então.
Conheci a princesa num baile. No último baile do Verão, lá para os lados de além montanhas. A princesa era a mais bela de todo o baile. Pretendentes não lhe faltavam. E eu, muito timidamente, tentava mostrar-lhe que existia. Era de um reino muito, muito distante, disse-me a baronessa Still. Tinha-me apanhado em flagrante, observando os passos delicados da princesa e com um sorriso maroto disse: "Ela é de muito, muito longe, meu filho. Não é para ti, um simples princípe de sapatos rotos. Há muito está prometida aquele copinho de leite, filho do rei Marcelino. Coitada! Mas não é para ti, meu filho, não é para ti". Sorri, como se não tivesse mais nada para dizer. Atravessei o salão para ir comer um pastel de bacalhau. Ao avistar os guardanapos lembrei-me de uma maneira de lhe dizer que a gostava, sem ter de a encarar. Escrevi-lhe um bilhetinho. Romântico mas não lamechas, pelo menos foi o que tentei fazer... Passei disfarçadamente por ela e, sem a olhar, fechei-lhe o guardanapo entre os dedos. Sentei-me no canto oposto ao dela. Olhava-a ansioso - ao lado dela estava o copinho de leite. Comia uma coxinha de frango. Deduzi que no reino dele não existem boas maneiras - no fim, ela olhou para mim e sorriu. Corou também, mas isso só me deu mais ânimo. Caminhei por um dos lados do salão, para não dar nas vistas. Peguei-lhe na mão e convidei-a para fugir. Ela queixou-se do nevoeiro. Eu disse-lhe que o meu cavalo tinha faróis de nevoeiro. Não resultou. Fugiu. Voltou para o salão. Não a segui. Talvez tenha ido para junto do quequezito meia de leite, não sei. Eu? Fui embora, cobardemente, mas fui. Estou à espera que ela me envie o seu mensageiro, quiçá, para dizer que me ama. Esperemos então.
escrito por by joão martinho Email post
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olha que desculpa...a do nevoeiro.
mas tu principe não me pareceste cobarde. Que poderias fazer raptá-la? Resgatá-la já tu tenstaste... talvez a princesa só esteja à espera que o copinho de leitese engasgue...
~Oo°~
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