hoje foi dia de paris-roubaix, a mais bela clássica do ciclismo de estrada. 280km de estradas más, estradas em paralelo e muito pó. é a antítese do ciclismo contemporâneo, que corre sempre em estradas muito limpinhas e em que as montanhas são os grandes obstáculos.
o paris-roubaix é btt com bicicletas de estrada e, por isso, não é para meninos. a prová-lo está, aliás, a alta taxa de desistências que, em 2009, foi superior a 50% (isto em apenas um dia de prova).
este ano, como tem sido habitual, os grandes favoritos eram fabian cancellara (sz) e tom boonen (be). depois da vitória do primeiro em terra do segundo na semana passada (na volta à flandres), esperava-se que boonen respondesse à altura e vencesse pela terceira vez consecutiva.
o belga acreditou que a melhor forma de o fazer era responder à altura a todo e qualquer ataque e assim fez. mas, quando a 45km da meta e num momento de distracção do belga, cancellara sacudiu o grupo em que seguiam e fugiu para a vitória, boonen não teve pernas para o seguir e, no fim, seria apenas quinto, já sem força para sprintar pelo quarto lugar.
cancellara, sempre tranquilo, esperou pelo melhor momento para atacar e, mesmo com 45km por correr, cancellara correu sozinho para uma vitória tão sossegada quanto incontestável; teve até tempo para começar os festejos a 2km para o final da prova.
o suíço, especialista em contra-relógio, não tem medo de correr sozinho e, depois de uma fuga fantástica chegou a atingir três minutos de diferença para os perseguidores, altura em que abrandou o ritmo e se limitou a saborear a mais que previsível vitória (já tinha vencido em 2006).
termino com o convite para a (re)verem aqui a fuga de cancellara.
escrito por by joão martinho Email post
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