<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d4197132226586187837\x26blogName\x3dvad\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://voandoaderiva.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_BR\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://voandoaderiva.blogspot.com/\x26vt\x3d-2300185652809804497', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>
+












terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

posts do antigamente #35

.38
Tom desconhece o significado de comportamento em sociedade. Nunca se preocupou muito com isso, aliás. A agenda do último terço da sua vida tinha sido: manhãs a dormir, as tardes no sofá e as noites a fumar, beber e ouvir música. Nos intervalos dos talkshows da tarde aproveitava para ir até à mercearia duas portas abaixo da sua, cumprimentava a dona Ann, pegava no saco verde que ela lhe preparava todos os dias, pagava e voltava a casa. Na cozinha, abria o saco, tirava a garrafa de whisky e enchia o cantil. Depois, aquecia o que a dona Ann tinha cozinhado para o almoço e voltava para a sala. De vez em quando lia qualquer coisa e escrevia mais uma linha ou outra do romance que estava a tentar terminar há quase dez anos. Mas por cada linha que escrevia, riscava duas e o caixote dos papéis estava sempre cheio. E porque nada lhe corria bem, voltava à cozinha e enchia de novo o cantil. Aproveitava a ocasião para encher também um copo que bebia de um só trago. Acendia um cigarro e levava a mão esquerda ao bolso das calças. Escolhia um cd e começava a andar de um lado para o outro. Entre as passas no cigarro, despenteava-se e coçava o pescoço e queixo. E ia escrevendo assim, cada bocado de estória ao sabor de uma voz e estilo diferente. E a estória, essa, não existia para além da imaginação de Tom. E as linhas que tinha escrito diziam sempre o mesmo, em línguas de sofrimento diferentes: 'choro-te; amo-te'.


escrito por by joão martinho Email post



Remember Me (?)



All personal information that you provide here will be governed by the Privacy Policy of Blogger.


« Home | posts do antigamente #34 » //-->





Post a comment :