ruas sujas, sim. carros que não param nos semáforos e rasgam poças de água a alta velocidade; pessoas encharcadas e gritos emudecidos de raiva. chuva que não surpreende porque é constante. vidas atrasadas porque os passeios são estreitos de mais. guarda-chuvas partidos nos caixotes e no chão; estórias de amor e romances de corrimão. porque há quem procure a solidão num banco de jardim molhado, porque há quem procure a moeda de troca na calçada, porque há quem viva como quem sobe e desce uma escada. e no fim de contas, o dia não chega e a sorte não muda e o que sobra, sabe sempre a pouco. e o dia chega ao fim e a sensação de que foi apenas mais um dia normal adormece-nos, ao som da discussão do casal que vive no apartamento de cima.
escrito por by joão martinho Email post
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