talvez já te tenha chegado aos ouvidos, mas não mais te escrevo a partir de casa. saí pouco depois de ti, porque não te consegui varrer nem aspirar, de nada valeu arejar nem desinfectar. sempre pregada ao chão, às paredes, aos móveis, não descolas. nunca descolavas.
acho que até neste papel te sinto arrastar-me os "érres", agora o problema é a minha caligrafia caligrafia? e tu sabes como sempre detestei os teus "grr", o teu ranger de dentes, não suporto. e só não rasgo este papel para não te ouvir ganhar, rrrrrrás!
um dia deixo de escrever sem érres. um dia deixo de escrever para ti.
escrito por joão martinho | | comentar